Visual Law: a transformação visual da linguagem jurídica ainda não é bem conhecida

Tradicionalmente caracterizado pelos longos e densos textos, hoje, o Direito já se utiliza do design gráfico e de recursos visuais para tornar sua linguagem mais atraente e acessível. Chamada visual law, a proposta traz benefícios para aqueles que aderem a ela – porém, de acordo com o Censo Jurídico 2023, pesquisa pioneira conduzida pela Projuris em parceria com o Cálculo Jurídico, 51% dos profissionais que atuam em escritórios não fazem uso desse recurso, enquanto 15% desconhecem completamente o conceito.

Com esses números em mãos, é importante começarmos do começo: visual law é uma proposta relativamente recente – e facilitada pelas ferramentas de tratamento de dados jurídicos – de integração de recursos visuais ao dia a dia dos advogados, principalmente às peças apresentadas à Justiça. A ideia é destacar informações-chave, tornar a leitura mais interessante e facilitar a compreensão aos que não estão acostumados às particularidades da área.

“Eu gosto de utilizar as ferramentas de visual law pra quebrar a complexidade das petições e chamar atenção do leitor para algum item que merece destaque e atenção, ainda que a maioria dos nossos leitores sejam pessoas da área do direito e tenham formação e conhecimento jurídico suficiente para entender petições densas e formais”, explica a advogada previdenciarista Bruna Lima, cliente do Cálculo Jurídico.

É possível, por exemplo, adicionar um quadro de fotos a petições para humanizar e dar uma ideia mais completa sobre o contexto, incluir uma linha do tempo para apresentar toda a trajetória de uma pessoa ou empresa, ou fazer um infográfico para destacar as informações mais relevantes sobre determinada situação.

“Em alguns processos trabalhamos com diversas provas. Uma aposentadoria rural por exemplo, pode ter mais de 100 documentos para apresentar ao juiz. Nesse caso, eu gosto de utilizar o recurso da linha do tempo que o Cálculo Jurídico disponibiliza para nós. É simplesmente sensacional poder demonstrar a vida inteira de um trabalhador rural através da linha do tempo, fica muito didático”, conta Bruna.

Conforme ela, que sugeriu e opinou na criação do recurso, basta alimentar o software com as informações para que ele gere a linha do tempo automaticamente – e de uma forma mais atraente do que tabelas feitas em editores de texto, alternativa a que a própria profissional recorria anteriormente.

Diferencial para advogados e escritórios

Se, por um lado, o visual law facilita o entendimento de casos, documentos e outros materiais do direito, por outro, ele contribui para impulsionar a carreira daqueles que apostam no uso do design gráfico e de recursos visuais a seu favor.

Para Bruna, isso se dá de três formas: a primeira é pelo fato de os recursos visuais fazerem os materiais produzidos por aquele advogado se destacarem – o que acarreta destaque também para o caso de que tratam. A segunda é pela demonstração de capricho e zelo com o trabalho, o que chama atenção de possíveis clientes. A terceira é pela inovação.

“O visual law ainda é pouquíssimo usado, então quando o leitor vê uma petição ou qualquer outro documento de um advogado com uma “cara” diferente, ele também entenderá que aquele profissional é diferente dos demais, por inovar e se preocupar em deixar algo tão formal mais atraente”, diz a profissional. “Tudo que demonstra cuidado com o nosso trabalho nos coloca um passo à frente nos nossos objetivos profissionais, o visual law é uma ferramenta que nos ajuda nesse sentido”.

O Censo Jurídico 2023 ouviu 1.200 representantes do setor de direito ao longo do período de um mês para mapear informações como o perfil dos profissionais em escritórios e departamentos jurídicos, hábitos de trabalho, uso de ferramentas de automação, entre outras. Foi a primeira pesquisa feita em conjunto entre o Cálculo Jurídico e a Projuris.

Fonte: https://www.rotajuridica.com.br/visual-law-a-transformacao-visual-da-linguagem-juridica/ acessado em 24 de julho de 2023